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A Favor da (in)Sustentabilidade do Euro
Ernst & Young aponta para recessão em Portugal. OCDE: Corte nos salários pode ser inevitável. Forte diminuição do rendimento das famílias explica quebra no IRS. Nações periféricas enfrentam declínio acentuado na qualidade de vida. Wall Street tem lucros recorde em 2009/2010. BCE considera aumento de capital para combater crise da dívida.
Mais uns dias passados inundados em informação contraditória, muita dela puramente ilusória e outra parte verdadeiramente demagógica…
Começo pela Ernst & Young que diz que Portugal vai entrar em recessão em 2011.
Dizer o contrário é que é ser verdadeiramente radical – como alguns dos “bananas” que nos tentam governar-, pois é mais que evidente que um crescimento acima de 2%, que é o mínimo para contrabalançar a inflação estatística num ano normal na Zona Euro, é algo quase possível apenas saído de um conto de fadas.
E para juntar ao rol:
“A banca portuguesa está frágil de saúde e, caso fique pior, o Estado pode ser obrigado a intervir no sistema financeiro.”
In Diário Económico
Não andámos meses, senão mais de um ano, a ser bombardeados com a noção de que a banca nacional era sólida e resiliente? Pelos vistos foi apenas mais uma daquelas verdades mentirosas que esta demo-cracia usa para controlar o pensar do seu Zé Povinho…
Depois a noção de inevitabilidade do Estado TER de INTERVIR caso a banca passe por dificuldades.
O Estado que intervenha na salvaguarda do dinheiro dos depositantes, que deixe cair os bancos maltrapilhos – quase todos -, fazendo dessa forma um “reset” ao sistema e limpando de uma vez só o lixo que emana e vive de lá e por lá! – sonhar não faz mal… mas todos sabemos que irá ser exactamente ao contrário, a não ser que…
Gostava ainda de salientar o número 0,7% aventado pela Ernst.
Ou andam todos com a mesma máquina de calcular de bolso, ou então falam de cor… Estes 0,7% é o que a comunidade internacional de uma forma agrupada acha que Portugal irá contrair. Vindo dos mesmos locais que têm constantemente falhado com os números económicos e macroeconómicos nos últimos anos, esta convergência mais cheira a texto decorado que a contas feitas… mas “prontos”, sou eu que sou má língua…
Saindo da Ernst e entrando na OCDE:
“Apesar de «estar em curso» uma «ligeira retoma», a Zona Euro «regista desequilíbrios económicos, orçamentais e financeiros importantes». E, nos países com um défice mais acentuado, o caminho para a recuperação poderá passar «inevitavelmente» pelo corte de salários.”
In Agência Financeira
Mais uma inevitabilidade que as instituições internacionais incitam como solução para conseguir combater o excesso de endividamento do Estado causado principalmente pelo vício ao jogo da banca…
Fico sempre com a sensação de texto decorado… de todos os quadrantes, de todo o tipo de instituição internacional, de tantas mentes que dizem pensar, a única e quase exclusiva solução avançada para restabelecer a vitalidade das economias que estão agarradas à máquina é a redução dos salários e dos benefícios sociais dos Zé Povinhos… e é verdadeiramente consensual esta ideia, tão consensual que mais me parece debitar de um texto do que o explanar de verdadeiras convicções.
Quem o andará a escrever?
Isso deixo para vocês…
E como há sempre outro lado para todas as histórias:
“A crise económica ditou uma queda dos rendimentos de muitos trabalhadores, provocando uma diminuição da receita líquida que, apesar do aumento do imposto, continua no vermelho.”
In Diário Económico
Esperem lá… mas então o aumento de impostos não ia contribuir para o aumento das receitas do Estado?
Porque estamos a assistir a uma diminuição?
Qual a razão para as mesmas instituições, a par dos mesmos “bananas” de sempre, falarem de cor, seguindo a voz de comando de vá lá saber-se de quem… ?
Portanto, o aumento dos impostos levou à contenção dos gastos das famílias, que conduziu e conduzirá à redução das vendas na economia, que levou e levará a ainda mais despedimentos, o que emperrará cada vez mais acentuadamente as receitas com os impostos.
Quem andará a ganhar com isto, pois nem o Estado português nem o Zé Povinho beneficiam?
Isso deixo para vocês…
E como tal:
“As nações sobreendividadas da periferia da Europa enfrentam um declínio acentuado nos seus níveis de vida, maior que o que a Grã-Bretanha enfrentou durante a 2ª Guerra Mundial.”
“O Centro de Pesquisa Económica (CEBR) diz que para manter o euro na sua forma actual, os gastos com o consumo terão de ser diminuídos em 15%, ou mais, na Irlanda, Grécia, Espanha, Portugal e Itália. Coloca a percentagem de sobrevivência do euro em 1 para 5.”
In The Independent
Ah!!! Agora já compreendi!!!
Para salvar o euro as economias periféricas fragilizadas terão de ver o seu consumo interno cair 15% ou mais para o euro sobreviver na sua forma actual!!!!
Ah!!! Por isso é que estão a aumentar os impostos e a tomar opções económicas que são puramente recessivas e castradoras do consumo!!!!
De forma a salvar o euro… de forma a salvar os bancos europeus que se aninharam no euro, nós, os Zé Povinhos da periferia da Europa teremos de enfrentar uma contracção no nosso nível de vida provavelmente superior a 15% nos próximos anos?!?!?!?!?!?!?
Sabem uma coisa… peguemos nas bestas que nos (des)governam, construamos-lhes uma jangada e larguemo-los à deriva algures no oceano, porque é à deriva que eles nos estão a deixar…
Enquanto isso, no outro lado do oceano, Wall Street está em festa – yeahhh, Yupppiiii, AaAA -, pois os seus queridinhos, os bancos que lhe dão a alma e a côr, bateram todos os recordes já registados de lucros num só ano.
Este não é o mesmo mundo, pois não?
Terão eles viajado para a lua e por lá estendido arraial de forma a conseguirem estar tão felizes quando o resto do mundo anda a contar os tostões da crise???
Sabem, o melhor talvez seja também construir uma jangada para eles, mas nesta colocar-lhe uns foguetes e mandá-los mesmo para a lua, porque se já por lá vivem por lá podem e devem ficar!!!!
Mas como fui logo direitinho aos meios insultos (as verdades), vou agora colocar aqui sucintamente os números da alegria deles, os mesmos números que para nós são uma verdadeira desgraça de miséria…
Os queridos banquinhos de Wall Street: Goldman Sachs Group Inc., JPMorgan Chase & Co., Bank of America Corp., Citigroup Inc. e Morgan Stanley, que receberam conjuntamente 135 mil milhões do pacote de ajuda, pago pelo Zé Povinho americano, para sobreviverem, irão este ano apresentar, no mínimo, um lucro de 128 mil milhões em conjunto…
Sabem, esse lucro é do Zé Povinho americano e devia ser confiscado de forma a criar um pacote de ajuda ao americano em dificuldades… Não foi o Zé Povinho que os foi ajudar quando eles disseram estar em dificuldades?!?!?!?!? Exijam o mesmo tipo de ajuda!!!!!
E por cá também!!!!!
E para fechar, o BCE está a pensar fazer um aumento de capital para combater a crise.
Mas que crise?!!?!??!?!?
Ainda a semana passada queimaram 147 mil milhões de euros por excesso de liquidez no mercado e hoje pensam realizar um aumento de capital?!?!?!?!?!?!?
Mas estão a gozar com quem?!?!?!?!
Mais dinheiro dos Zé Povinhos da Europa??!?!?!?!?!?
Mas que grandes montes de bosta mentirosa e viscosa!!!!!
Conclusão:
A recessão de 2011 mais não será que um plano programado para ajudar à sustentabilidade de um sistema euro que em quase nada beneficia os Zé Povinhos e que tem sido ouro sobre azul para aqueles que pouco ou nada acrescentam à elevação social… as mentiras e os textos decorados continuam a ser a lógica funcional de uma classe de homens que vive lá, na lua, de tão distante que está da realidade dos Zé Povinhos…
Eles não são humanos, são verdadeiramente viscosos, pois vivem, não pela humanidade, mas a favor da (in)sustentabilidade de um meio de troca que é a mais pura das imagens da desumanidade!
Notícia do Diário Económico – Ernst & Young aponta recessão a Portugal
Notícia da Agência Financeira – OCDE: corte nos salários pode ser «inevitável»
Notícia do Diário Económico – Forte diminuição do rendimento das famílias explica quebra no IRS
Notícia do The Independent – Fringe nations face huge cuts to living standards
Notícia da Bloomberg – Wall Street Sees Record Revenue in ’09-10 Recovery From Bailout
Notícia do Yahoo Finance – Wall Street Profits, Bonuses Set to Soar: Why It’s Too Late to Turn Off the Spigots
Notícia da Reuters – BCE considera aumento de capital para combater crise de dívida
Notícias de Apoio:
Notícia do Oje – BCE retira 147 mil milhões do mercado por excesso de liquidez
A Cacofonia Num Mundo Que é Deles
Fundo europeu chega para todos e risco de colapso do euro é zero. Presidente do Banco Central Alemão diz que o fundo de apoio ao euro pode ser aumentado. Comissão Europeia quer duplicar a dimensão do fundo de emergência. Governo alemão diz que aumentar o fundo de apoio não se coloca. A ajuda da Alemanha tem limites. Bundestag vota o orçamento de 2011 como o segundo maior endividamento de sempre. Como um monumental fundo de apoio se pode revelar escasso. FMI: Fosso entre ricos e pobres esteve na origem da crise financeira. Empresários pedem contractos flexíveis para evitar o FMI.
Fiquei confuso e zonzo só de escrever o parágrafo de “apresentação” das notícias que servem de base a esta dissertação. Verdadeira cacofonia de intenções, desejos e desígnios.
Começando pelo início…
Hoje, o responsável pelo Fundo de Estabilização, Klaus Regling, disse-nos que o fundo de apoio às economias europeias é suficientemente grande para garantir a solvabilidade de todos os Estados membros, e que o risco para o euro é zero.
Também hoje, o Presidente do Banco Central Alemão e que faz parte do conselho de administração do Banco Central Europeu, e principal candidato à sucessão do actual Presidente do BCE, diz-nos que os governos europeus podem vir a ampliar o fundo caso seja necessário.
Ainda hoje, é-nos dito que a Comissão Europeia está a envidar esforços para que o fundo de apoio, no valor de 440 milhões, venha a ser duplicado.
Continuando, hoje, o porta-voz do ministro alemão das finanças alerta-nos que a expansão do fundo de apoio é algo que nem se coloca.
E uma vez mais hoje, o porta-voz dos assuntos económicos da bancada parlamentar da CDU de Angela Merkel, reafirma que a ajuda da Alemanha tem limites.
Mas a quantas ficamos?
Na mesma, talvez mais, o dobro, nem pensar em tal ou vamos fechar a torneira?
A verdadeira cacofonia representativa da vitalidade democrática da União Europeia!
É óbvio que estou a “gozar” com esta situação, tal a díspar não confluência de opiniões, ainda para mais quando emanam quase todas da Alemanha e de alemães, exceptuando a posição “colectiva” da Comissão Europeia. Assistimos à quase incrível diferença de opinião do Banco Central Alemão e do Banco Central Europeu (representado pelo responsável do fundo), quando as suas sedes são quase porta com porta e os membros mais importantes do Banco Central Alemão quase todos terem assento no Banco Central Europeu. Juntamos as posições expressas pelo governo Alemão e obtemos tal cacofonia que só eles, num mundo que é deles conseguirão compreender.
Mas como tal confusão poderá ser “consumida” pelo comum dos leitores como apenas divergência de opinião, nada melhor que dizer que hoje também soubemos que o mesmo governo alemão que diz “nem pensar a mais despesismo”, apresentou uma proposta de orçamento para o ano de 2011 que é a segundo mais despesista da História na Alemanha.
Mais cacofonia?
O país que mais exige que todos os outros países cortem e recortem os seus orçamentos, que se vende aos Zé Povinhos da Europa como sendo o rei no controlo das despesas públicas, eis que faz exactamente o aposto ao que exige e ao que apregoa!
Será apenas uma divergência de opinião? Talvez…
Pois é, estas “divergências de opinião” no seio da classe dos “bananas” que nos (des)governa usualmente são mais que meras divergências, digamos antes que são mentiras “pontuais recorrentes”, ou “jogadinhas no xadrez do engano”.
Qual das afirmações destacadas neste texto ir-se-á revelar verdadeira?
…
E como ainda podem estar confusos ou em dúvida em relação às “mentiras pontuais recorrentes, ou jogadinhas no xadrez do engano”, que tal analisar os números reais, os verdadeiros números do fundo de apoio às economias europeias:
– Apregoado 750 mil milhões de euros, sendo que 1\3 vem do FMI, ou 250 mil milhões, e o restante, 500 mil milhões, da União Europeia.
– Dos 500 mil milhões da União Europeia, 440 mil milhões vêem do fundo recentemente criado e 60 mil milhões de outro “instrumento” já anteriormente orçamentado pela UE para tais contingências
– O fundo de apoio está classificado como AAA, ou triplo A, classificação que requer que 40% do seu valor fique cativo em dinheiro, ou seja, não pode ser emprestado. Assim chegamos a um valor disponível total de 250 mil milhões por parte da União Europeia, aos quais juntamos os 60 mil milhões anteriormente destacados, e ficamos com 310 mil milhões de euros disponíveis para empréstimo… não os badalados 500 mil milhões de euros… sempre são menos 190 mil milhões de euros, quase a quantia somada dada à Grécia e à Irlanda…
– Os 250 mil milhões disponibilizados pelo FMI estão e estarão sempre sujeitos à aprovação dos países pertencente ao FMI (Grande parte do mundo). Quem nos garante que, a determinada altura, não dizem finito, no more, acabou-se?
E se for necessário mais de 250 mil milhões, irão dizer “ok” uma vez mais sem mais nem menos?
Pode ser que sim, mas pode ser que não…
Portanto, esta é só mais uma das cacofonias com que nos bombardeiam de forma a ficarmos cada vez mais confusos e percebermos menos a sua história… ou seja, é uma cacofonia num mundo que é deles…
E já que coloquei o FMI no seio das cacofonias que o mundo deles nos dá a conhecer.. que tal demarcar a fabulástica conclusão que:
O crescimento do fosso entre ricos e pobres esteve na base da crise financeira actual e da Grande Depressão dos anos 30. Segundo um estudo feito pelos técnicos do Fundo Monetário Internacional (FMI), há uma relação causa/efeito entre uma maior desigualdade na distribuição de rendimentos e a criação de condições para o surgimento de uma crise financeira. Processos que ocorreram nos anos 20, antes da Grande Depressão, e agora, antes da explosão da crise financeira.
In Jornal I
Esperem lá! Esta não é a mesma instituição que apela à redução dos apoios dos Estados aos mais pobres, às privatizações dos centros económicos nevrálgicos dos Estados – água, electricidade, etc. (como exemplo) – que conduz ao aumento das tarifas pagas pelos pobres?
Não é a mesma instituição que “obriga” que as fronteiras comerciais entre países sejam abolidas, medidas que invariavelmente conduzem ao aumento do desemprego?
Cacofonia? Também?!?!
Pois é, a cacofonia é mesmo a forma de vida num mundo que é deles!
Por acaso alguém por aí vê governos a aprovarem medidas que ajudem a diminuir o fosso entre pobres e ricos?
Acham que esta crise vai passar ou continuar a agravar-se?
“Nos Estados Unidos, entre 1920 e 1928, o rendimento detido pelos 5% mais ricos aumentou de 24% para 34%. Entre 1983 e 2007, esse indicador passou de 22% para 34%. Ao mesmo tempo, o nível de endividamento dos restantes 95% da população praticamente duplicou nos dois períodos pré-crise.”
“Apesar da qualidade de vida da população ter continuado a melhorar na década de 70, grande parte dessa melhoria foi alicerçada na alavancagem, isto é, no crédito. A partir de 1970, os ganhos reais anuais dos 10% norte-americanos mais ricos subiram mais de 70%, ao passo que os dos 10% mais pobres caíram cerca de 60%. Para os restantes 80%, o rendimento desceu ligeiramente. Ainda assim, o aumento substancial da desigualdade de rendimento entre os dois extremos não foi acompanhado por um desfasamento tão grande do consumo. O que significa que, apesar estarem a ganhar menos, os mais pobres continuaram a comprar.”
“Entre 1976 e 2006, por cada acréscimo de um dólar no rendimento dos EUA, 58 cêntimos foram captados pelos 1% mais ricos. Isto foi acompanhado pelo endividamento dos mais pobres, com os ricos a investirem mais no sistema financeiro, gerando um circuito que propícia um aumento da especulação.”
In Jornal I
Mudanças? Algures? Onde? Cada vez temos mais pobres e mais ricos cada vez mais ricos!
Pois é, a venda de casas novas de luxo em Portugal disparou 9% de Setembro de 2009 a Setembro de 2010! Crise? Onde? E para quem?
João Rodrigues, investigador do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra:
“Dadas as políticas que estão a ser implementadas, duvido que as desigualdades diminuam.”
In Jornal I
E nada melhor (?) que fechar este texto com a lógica da vida deles num mundo que é, cada vez mais, apenas deles:
“Fórum da Competitividade defende contratos flexíveis para jovens e desempregados para evitar uma intervenção do FMI em Portugal.”
“(…)os empresários chamam atenção para a necessidade de estabelecer dois acordos políticos, um de imediato e de urgência e um outro de médio e longo prazo 2012-2016. Quanto ao primeiro, em que se insere o congelamento salarial,(…)”
In Diário Económico
E como a cacofonia deles consegue ir mesmo longe, eis os pontos que irão(?) conseguir aprovar nos próximos 5 a 10 anos:
* Acordo político de médio-prazo 2012-2016
1. Modernização da constituição
2. Revisão da forma de governo por a promover governos maioritários, alargar as legislaturas para cinco anos e reforçar o estatuto do Ministro das Finanças
(…)
6. Reformulação das políticas de Pensões7. Reformulação da política de atribuição de subsídio de desemprego e de reinserção
8. Revisão da legislação de defesa da concorrência
9. Modernização do mercado de trabalho
10. Eliminação do monopólio dos sindicatos na contratação colectiva
11. Redução acentuada da tributação sobre o trabalho
12. Regulação equilibrada da Lei da Greve
In Diário Económico
Alguém por acaso viu por aí alguma proposta que vise diminuir o fosso entre os ricos e os pobres?
Acham que são estas as soluções para a crise que estamos a enfrentar?
E é assim um mundo que é deles, feito à medida deles, onde tudo funciona em prol deles… esperem, ainda existem algumas coisitas que precisam de ser aprimoradas de forma que todas as coisas funcionem ainda melhor direccionadas para o mundo que vai acabar por ser só e apenas deles e para eles!
Notícia da Agência Financeira – Fundo europeu chega para todos: risco de colapso do euro é «zero»
Notícia do Público – Presidente do banco central alemão diz que o fundo de apoio ao euro pode ser aumentado
Notícia do Jornal de Negócios – Comissão Europeia quer duplicar dimensão do fundo europeu de emergência
Notícia do Jornal de Negócios – Governo alemão diz que reforçar fundo de emergência europeu “não se coloca”
Notícia do Jornal de Negócios – “A ajuda da Alemanha tem limites”
Notícia do Dinheiro Digital – Bundestag vota OE2011 com 2º maior endividamento de sempre
Notícia do The Wall Street Journal – How Europe’s Massive Rescue Fund Could Fall Short
Notícia do Jornal I – FMI. Fosso entre ricos e pobres esteve na origem da crise financeira
Notícia do Diário Económico – Empresários pedem contratos flexíveis para evitar o FMI
Com o Funeral à Porta
Défice da Irlanda atinge os 32%. Juros da dívida de Portugal baixam mais que da Irlanda. Crise irlandesa abana a Europa. A ira dos irlandeses é o sabor da vida depois dos cortes. Políticos islandeses têm de fugir de protestantes irados. Corte nos salários do sector público empresarial é ilegal. Governo altera o código do trabalho para cortar salários.
Hoje vou “fugir” um pouco do cerne do tema do momento, as medidas de austeridade que vão ser aprovadas no orçamento para 2011, e mostrar outro lado da mesma crise, lado esse que anda a ser engolido pelas notícias do que se passa em Portugal.
A Irlanda.
A Irlanda tem sido a companheira de Portugal no que diz respeito à crise das finanças públicas e no défice excessivo.
Ontem e hoje ficámos a saber que o défice irlandês para este ano será na melhor das hipóteses de 32%… 32%!!!!!!!!!!!!!
32% representa 1\3 de toda a riqueza gerada por lá em 2009.
Depois de quase um mês de um silêncio quase sabático em relação à Irlanda os meios de comunicação mundiais tiveram de voltar a mostrar um pouco mais da realidade quase inacreditável de um país em auto-destruição motivada pelos senhores do costume: BANCA!
A história dessa História está por aqui: E se a Grécia for a Irlanda e Esta o Mundo? e A Irlanda e o Fim da Linha
É quase inqualificável o comportamento dos políticos “bananas” que grassam na sociedade moderna. Preferem conduzir à ruína o seu país a deixarem falir um banco. Para quem ainda tenha dúvidas de e para quem trabalham estes políticos “bananas”, basta ver a realidade da Irlanda… e para quem gosta de acreditar que em Portugal é diferente, que na Europa é diferente, que nos países do mundo desenvolvido é diferente, só lhes consigo desejar muito boa sorte…
32%!
Bem e como a Irlanda é mesmo a melhor comparação com Portugal, vamos tendo direito à beleza artística dos nossos meios de informação e a sua capacidade de pintar de cor-de-rosa aquilo que de rosa não tem nada.
Hoje o jornal Público teve o descaramento de publicar uma noticia com este título absolutamente recortado de um sonho que na realidade é um pesadelo monumental. Eles por vezes nem conseguem reparar nas estupidezes que escrevem, ora vejam lá:
Juros da dívida de Portugal baixam mais do que juros da Irlanda
In Público
Sabem que esta notícia sobre o défice de 32% da Irlanda saiu quase em simultâneo com a divulgação das medidas de austeridade que vão ser aprovadas no Orçamento de Estado para 2011?
Sabem que os juros para Portugal já estavam marginalmente abaixo dos da Irlanda e agora estão em 6,377% em comparação com 6,599% na Irlanda?
Acham que os mercados responderam às diferenças abismais de notícias entre Portugal e a Irlanda?
Pensem só nisto. Imaginem que seria Portugal a apresentar um défice de 32%, como acham que estaria a comparação dos juros da dívida pública entre Portugal e a Irlanda? Acham que a diferença seria assim tão marginal?
O que nos dizem os mercados internacionais?
Que a Irlanda mesmo tendo um défice de 32% é quase tão fiável como Portugal que irá apresentar um défice, dizem eles, de 7,3% – menos 24,7%!
Onde está o cor-de-rosa da comparação entre Portugal e a Irlanda? Onde?
Bem sei que não é fácil encontrar pontos positivos na actual conjuntura para amaciar a mente do Zé Povinho, mas pelo menos façam um pouco mais de esforço para não se tornarem ridículos…
Portugal é quase tão insignificante que em nenhum meio de comunicação social encontrei algo ou alguém a falar sobre a quase inacreditável proximidade dos juros cobrados a Portugal e à Irlanda, quando os seus cenários económico são monumentalmente diferentes.
Continuamos a ouvir dizer que os 50 mil milhões de euros injectados pelo governo irlandês até ao momento são muito mais perigosos para a Europa do que o caso português. Mas então qual a razão dos mercados internacionais não revelarem isso nos juros?
Deixo esta pergunta no ar porque nos próximos tempos iremos começar a ter respostas para ela… de certeza…
E uma nova onda está a ganhar força na Europa: os protestos sociais estão a transformar-se em convulsões sociais… que simpaticamente são usualmente apelidadas pelos meios de comunicação social como protestos.
Já todos(?) sabem o que se passa na Grécia… mortos. Anteontem, em Espanha, durante uma greve geral, mortos. Na Islândia os políticos têm de fugir dos manifestantes porque já deixaram de ser “mansinhos”. Na Irlanda a calma está a dar lugar à ira, e como todos sabemos o IRA ainda é uma lembrança muito recente.
O que acham que poderá vir a ser o Portugal social daqui para a frente? Irá ser diferente? Irão os portugueses manter a calma?
Estaremos cá para assistir.
E fazendo um pouco de futurologia, como acham que irá reagir o Estado se for violentamente confrontado e colocado sobre pressão, principalmente colocado em causa o status quo de algumas instituições e políticos “bananas”?
Por acaso hoje até tivémos acesso a uma pequena demonstração de como poderão vir a tentar resolver essas contrariedades.
O Estado como quer baixar os ordenados dos empregados públicos das empresas do Estado, e como isso é ilegal por lei, não vai de modos e altera a lei à pressa de forma que isso passe a ser exequível.
Poderia ficar aqui a escrever linhas sobre a superficialidade dessa acção, mas quero falar sobre ela de forma mais profunda.
As leis só são benéficas para a sociedade quando são feitas para defender a sociedade. Quando as leis passam a ser instrumentos políticos deixam de ser leis e passam a ser veículos de propaganda. Este tipo de veículos de propaganda são uma das armas de todos os Estados não democráticos.
Um dos maiores perigos que enfrentamos actualmente é o da degradação da acção das leis que regem a nossa sociedade, podendo estar a ser desenvolvidas para defender uma pequena minoria em desfavor da maioria, ou seja, beneficiando uns mais que outros. (Acho que já sabem quem são os “uns”…)
Então vou fechar este artigo dando um exemplo estúpido de como o status quo “político-bananeiro” pode transformar uma das suas acções primordiais numa das coisas mais banais e perigosas de forma a defender os seus interesses:
Se por acaso a Assembleia da República aprovar que é proibido usar camisolas amarelas, todos os que usarem camisolas amarelas serão criminosos.
A linha que separa um Estado democrático social de um demo-crático é mesmo muito ténue, e caso tenham achado que o exemplo que dei é estúpido demais, lembrem-se da proibição imposta em França ao uso do véu por parte das mulheres muçulmanas…
Sabem a estupidez é parte integrante da mentalidade da nossa sociedade, por isso…
Ai, como o mundo é tão complicadamente simples…
Notícia do OJE – Défice irlandês atinge 32% com resgate bancário
Notícia doPúblico – Juros da dívida de Portugal baixam mais do que juros da Irlanda
Notícia do The Wall Street Journal – Irish Crisis Shakes Europe
Notícia do The Wall Street Journal – Is Europe Heading Back to the Brink?
Notícia do Buenos Aires Herald – Ireland faces ‘horrendous’ bank bill
Notícia do The Guardian – Iceland’s politicians forced to flee from angry protesters
Notícia do The Guardian – Ireland’s anger a taste of life after cuts
Notícia do Jornal de Negócios – Corte dos salários no sector público empresarial é ilegal
Notícia do Jornal de Negócios – Governo mexe no Código do Trabalho para cortar salários
Notícias de Apoio:
Notícia da BBC – Protestos na Grécia deixam três mortos
Notícia do Jornal de Notícias – Nove feridos e tiros para o ar em confrontos nos arredores de Madrid
Notícia do Público – Protestos de rua na Islândia acabam em violência
Notícia da BBC – Senado da França proíbe o uso de véus islâmicos em público
O Destino (Sombrio) da Economia Mundial
Economistas prevêem a chegada de maus ventos – especialmente para os Estados Unidos.
Hoje que nos dizem que as bolsas estão todas em alta, que todos os indicadores são surpreendentemente positivos, quase tudo cor-de-rosa, chegam-nos as conclusões de um fórum de economistas – desengane-se quem pensar que por lá só estiveram os negativistas do costume:
Financial Markets workshop
Uma das reuniões mais conceituadas a nível global no debate sobre as tendências económicas, o fórum de Ambrosetti, que se realiza todos os anos desde 1975, foi lugar para algumas visões um pouco cinzentas sobre o futuro da economia global.
Nouriel Roubini:
“Existe um risco significativo de «double-dip» nos Estados Unidos, assim como no Japão e em muito países europeus.”Edwin Truman:
“O cenário mais provável para a economia será um crescimento marginal.”
Vários economistas concordaram que:
“A maioria dos factores que impulsionaram a economia desde o colapso do Lehman Brothers estão a desvanecer ou já acabaram, incluindo não só o massivo pacote de estímulo assim como a redução dos impostos, e ainda os esquemas para apoiar o consumo(…)”
“Os estímulos aclamados como indispensáveis para voltar a «acordar» as economias moribundas geraram imediatamente défices e dívida causando preocupações nos mercados, o que impulsionou medidas de austeridade – que minam o crescimento.”
Outras coisas foram por lá nomeadas como:
– O valor do euro ser ainda demasiado elevado em relação ao dólar, o que retira competitividade às economias europeias.
– A maior parte do crescimento mundial está dependente dos valores de crescimento apresentados pela China.
– O sector que é visto como tendo sido o catalisador da recessão, imobiliário, continua em ruínas.
– O desemprego continua a ser um fardo enorme em muitas partes do mundo desenvolvido, especialmente em Espanha.
– Um crescimento de 1% na economia significa a estagnação dos rendimentos per capita.
– Em pouco tempo os Estados Unidos estarão a gastar mais com a dívida do que com a segurança nacional.
– Os americanos terão de baixar os seus padrões de vida.
– A China está tão dependente das exportações que em 2011 a Índia irá estar a crescer mais que ela, porque não é tão dependente de um mercado ocidental que irá estar a mãos com uma contracção no consumo.
– A Grécia não se irá salvar…ou o mundo subsidiará eternamente Atenas ou então irá impor um nível de austeridade que poderá conduzir a uma guerra civil.
Qualquer um dos pontos mencionados neste fórum de tendências da economia são os que importa realmente estar atento… todas as notícias rosáceas que forem saindo por aí poderão ser insignificantes quando comparadas com a dimensão de qualquer um destes cenários.
Aqui poderá ter sido descrito o futuro e é de futuro que temos de viver. Um bom passado não é garantia de um bom futuro. A noção de que o nosso futuro irá ser sempre melhor do que o presente que vivemos é algo muito arriscado de assumir nos tempos que correm.
O paradigma do crescimento eterno, que se tornou vício da sociedade moderna, é uma noção de vida que poderá ter apenas pés de barro.
Quem não guardar parte da vida para o pior, quando ainda o pode fazer, poderá estar a gastar os seus últimos cartuchos numa sociedade que não costuma perdoar quem cai…
Notícia da CNBC – Economists: Gloom and Doom Ahead—Especially for the US
Notícia da Associated Press – Experts see trouble ahead for developed world