Arquivos de sites
A Inflação e os Homens da Lua
“Guerra das divisas” é o foco dos ministros das finanças do G20. Representante do FMI diz que os governos asiáticos têm de combater a inflação com divisas mais “livres”. Inflação na Índia diminui, mas as taxas de juro sobem. FMI e Citigroup afirmam que Vietname tem de atacar o problema da inflação, depois de ter desvalorizado o Dong. Défice do governo americano para 2011 irá ser superior ao total da economia americana. Político da Carolina do Sul quer criar uma moeda própria do Estado. Constâncio preocupado com o preço das matérias-primas.
Hoje vou tentar explicar as variáveis da inflação e que medidas andam os países, um pouco por todo o mundo, a adoptar para a controlar, tentando criar também uma comparação com as medidas que os países desenvolvidos andam a adoptar para tentarem dinamizar as suas economias, vulgo; espevitar o crescimento económico… usando como sempre notícias dos dias mais recentes como base para o texto.
Primeiro ficámos a saber que a principal preocupação dos ministros das finanças que vão estar na reunião do G20, representantes das 20 economias mais exuberantes do planeta, é a guerra silenciosa entre o dólar e o yuan.
Isto abre espaço a uma questão: Não deviam estar mais preocupados com o aumento dos preços dos alimentos, das matérias-primas e do petróleo?
Espero conseguir responder a esta pergunta com o desenrolar deste artigo, na medida que vou tentar descrever que grande parte dos problemas que estamos a enfrentar actualmente advêem dessa guerra, não só mas também.
Hoje também ficámos a saber que o FMI adverte os governos asiáticos a deixarem de controlar a valorização\desvalorização das suas divisas.
Primeiro temos o FMI a tomar posição de parte do mundo contra a outra parte do mundo; ao lado dos Estados Unidos e aconselhando o outro lado do mundo a deixar valorizar as suas divisas enquanto o dólar, por omissão, pode continuar a desvalorizar sem que tal seja motivo de aviso.
Como instituição que se diz independente tal conselho é no mínimo dúbio e tendencioso… mas acho que todos (?) estamos cada vez mais cientes que estas instituições (ditas) internacionais quase pouco mais são que representantes dos grandes interesses económicos ocidentais, por isso…
E hoje tivemos direito a uma (quase) excelente notícia vinda da Índia: a inflação está a baixar por lá… quer dizer, baixou marginalmente dos 8.43% para 8.23%…
Mas como foram obtidos tais resultados quando (quase) no restante do mundo a inflação continua a crescer?
Simples… aumentaram as taxas de juro no Banco Central, o que elevou o custo do dinheiro, o que reduziu o número de pedidos de empréstimo, o que por si acabou por reduzir o capital que está em circulação no país.
Mas esperem lá… a inflação não é sinónimo de aumento do preço dos bens que adquirimos? Que tem a ver essa redução do capital em circulação na economia com o facto da inflação ter reduzido?
Uma redução mais significativa na taxa de inflação de Janeiro podia ter ajudado a reduzir a pressão nas taxas de juro do Banco Central indiano, dizem os economistas; a elevada taxa de inflação pode conduzir o banco central a elevar rapidamente as taxas de juro de forma a acompanhar o aumento do preço dos alimentos e conter o perigo desse aumento se espalhar em pressão inflacionária até outros bens.
In The Wall Street Journal
Mas… mas… não é o aumento da procura que faz disparar a inflação?
Não é isso que ouvimos no quadradinho mágico, da boca dos (pseudo) especialistas, nos jornais, nos média generalistas?
Porque razão o aumento dos juros do Banco Central indiano e a consequente redução de capital em circulação na economia aliviam as pressões inflacionárias?
Simples… a inflação, maioritariamente, é um sintoma do excesso de moeda em circulação e não necessariamente um aumento da procura ou redução na oferta, ou seja, por exemplo… se existirem 10 pessoas com 10 euros cada para comprar 10 quadros, quanto acham que cada quadro pode no máximo custar?
10 Euros.
Mas se existirem 10 pessoas com 100 euros cada para comprar os mesmos 10 quadros, quanto acham que poderá o custar cada um dos (mesmos) quadros?
Pois, 100 euros.
Portanto, o que fez subir o preço do bem não foi o aumento da procura, nem uma redução na oferta, foi um aumento da moeda em circulação.
Este é o sintoma que é descrito estar a acontecer na Índia, de outra forma o Banco Central indiano não conseguiria, com o aumento das taxas de juro, levar com as suas medidas a uma redução da taxa de inflação.
Esta noção de inflação é algo que é recorrentemente sonegada da opinião pública… porquê?
Deixo para vós as possíveis respostas a essa questão…
No Vietname o problema da pressão inflacionária é aparentemente outro, o da desvalorização da moeda.
O FMI diz-nos que a desvalorização, ontem, de 7% do Dong vai aumentar a pressão da inflação sobre a economia vietnamita.
Como?
A primeira pergunta que se deve colocar é:
Como consegue um país desvalorizar a sua moeda?
Simples… injecta (cria) no mercado mais moeda, neste caso, mais 7% de moeda em circulação o que faz com que o valor nominal da moeda perca o valor correspondente ao colocado em circulação, neste caso, 7%.
Portanto, uma vez mais a inflação irá ser causa do excesso de moeda em circulação e não um aumento da procura ou diminuição da oferta de bens.
Hmmm…
Portanto, qual irá ser a medida que o Banco Central do Vietname irá adoptar no futuro para controlar a inflação?
Irá aumentar as taxas de juro.
O que aconteceu na Índia antes do Banco Central ter aumentado as taxas de juro?
Desvalorizou a sua moeda…
Hmm… 1+1=2… Hmmm…
O que levou a Índia, tal como o Vietname e tantos outros países, a desvalorizar a sua moeda colocando em causa o nível de inflação e a estabilidade social e económica nos seus territórios? Sim, porque nenhum país desvaloriza a sua moeda, nem aumenta as taxas de juros no Banco Central “por dá cá aquela palha”, fazem-no como últimas medidas para tentar conter uma depressão económica, uma diminuição da competitividade das suas exportações, ou um sobreaquecimento da economia, vulgo, taxas elevadas de inflação…
O orçamento apresentado pelo Presidente Obama, revelado na segunda feira, foi concebido como um plano de controlo dos gastos no futuro, mas também apresenta a mais assustadora imagem do corrente ano fiscal, que está a caminho de bater o recorde de défice federal e demonstra que o total de dívida já ultrapassa toda a riqueza gerada pela economia americana.
In The Washington Post
Alguns poderão perguntar: O que tem a dívida americana a ver com a inflação no resto do mundo?
Simples… o dólar é a moeda de reserva do mundo, e cada vez que o governo americano gasta a mais isso significa que irá ter de carregar no botão da impressora para criar mais moeda de forma a conseguir pagar o que está em dívida, o que por inerência faz desvalorizar o dólar, dólar que é a moeda usada na transacção da grande maioria dos bens transaccionados no mundo… e se o dólar perde valor, os bens ficam mais caros… e surge inflação a nível global… 1+1=2
O nível monumental a que chegou o défice nos Estado Unidos já está até a colocar alguns americanos em estado de alerta máximo… o último e mais singular caso de que tenho registo até ao momento é o do Senador do Estado da Carolina do Sul, Lee Bright, que propôs a criação de legislação específica para a Carolina do Sul para que em caso de colapso do dólar a Carolina do Sul possa cunhar a sua própria moeda…
No final de contas, a raiz do problema é que não estamos a imprimir o nosso dinheiro livre de dívida. É isso que precisamos fazer. Tal como o fez Abraham Lincoln com os greenback, precisamos de voltar a sermos nós a imprimir o nosso dinheiro e livre da dívida.
In Business Insider
Hmmm… conseguem perceber o que este senhor está a defender?
O que ele está a defender é um sistema monetário livre de dívida baseado no ouro e na prata, o mesmo sistema que providenciou ao mundo centenas de anos de inflação quase ZERO… sim QUASE ZERO!
Este sistema de criação de dívida para saldar dívida que origina inflação contínua de crescimento exponencial só caminha numa direcção… o da desvalorização total do valor nominal do dinheiro papel, porque enquanto os Estados Unidos continuar a imprimir dinheiro para pagar e sustentar um estilo de vida que está totalmente desfasado do mundo em que vive, todo o mundo (países) irá sofrer a constante erosão da inflação, e será constantemente obrigado a desvalorizar as suas moedas de forma a manter-se competitivo nos mercados, o que por si cria ainda mais pressão inflacionista sobre todo este mundo.
Este é mais um exemplo de como o nosso mundo está todo interligado e de como as acções facilitistas e desprovidas do real de uns colocam em causa todo o outro mundo, mundo que já começou a sentir na pele as revoluções geradas por essas políticas de um mundo que aparentemente nada tem a ver com o deles, como o exemplo do Egipto… (nada mais enganador a sensação de nada ter tido a ver com as medidas de uns senhores de fraque sentados num escritório agarradinhos às suas contas de “sumir”!)
E na Europa?
Na Europa tivemos direito a uma afirmação de Vitor Constâncio, actualmente um dos vice- Presidentes do Banco Central Europeu, que disse:
“Não sabemos se estamos perante uma escalada dos preços das matérias-primas ou não. Temos de esperar e ver”, afirmou hoje Constâncio, em entrevista à agência Market News Internacional, citada pela Reuters, reconhecendo que “isto é um assunto preocupante, tal como já sublinhámos”.
In Diário Económico
Não sabem?
Opá, basta olhar para o mundo e ver o que está a acontecer!
Opá, basta olhar para o aumento dos custos de produção na China para saber o que irá acontecer!
Opá, os produtos chineses baratos que durante a última década foram servindo de contra-balanço ao aumento dos valores da inflação total, mesmo quando todos os portugueses sentiam o aumento de quase todos os bens primários, vai deixar de funcionar como tal. Daqui para a frente, mais que todos os outros produtos, irão ser os produtos baratos chineses que irão fazer a inflação disparar, porque irão continuar a ser baratos demais para que a produção na Europa se torne competitiva em relação a eles e porque vão começar a subir de preço se calhar em duas casa decimais, mais de 10% ao mês. Adeus colchão dos últimos 10 anos a que se junta a inflação dos bens alimentares e das energias! Olá inflação!
Percebeste, opá?
Sabes, opá, se calhar daqui a uns tempos andaremos a discutir qual o significado da palavra hiperinflação… ou então que o mundo entrou uma vez mais em contracção porque não conseguiu sustentar tais pressões inflacionárias… “Capiche”, opá?
Conclusão:
Os Gs, militares e guerreiros das finanças deste mundo, apontam para a guerra aberta de desvalorização entre o dólar e o Yuan como a principal preocupação do seu mundo… e avisam os maléficos de olhos em bico para não fazerem aquilo que eles fazem… mundo que na Índia já começou a contrair de dores e que no Vietname se abre aos desprazeres da vida tipo rameira do povo… enquanto nos “states” se discute como e onde se gastar a dívida que se acumula como se fosse minas terrestres prestes a explodir debaixo dos pés do mundo inteiro… e depois.. alguns… alguns seres quase perdidos no meio de tanto tiroteio sem destino, perdidos num mar de ilógicas de numerário, começam a hastear a bandeira branca… Socorrooooo!!! Socorroooo!!!… Socorro digo eu! Não é que ainda existem seres, ainda mais representantes desta nossa terra, que abrem a boca para comer as verdades e brincar aos soldadinhos com as mentiras… os “opás”…
Opá, por vezes era melhor fechar os olhos e imaginar… … … a lua…
Notícia do The Independent – US ‘currency war’ is focus for G20 finance ministers
Notícia do The Wall Street Journal – IMF Official Says Asian Governments Need to Fight Inflation With Freer Currencies
Notícia do The Wall Street Journal – India Inflation Eases, But Rate Rise Looms
Notícia da Bloomberg – Vietnam Must Tackle Inflation After Dong’s Devaluation, IMF, Citigroup Say
Notícia do The Washington Times – Federal deficit on track for a record this fiscal year
Notícia do Business Insider – South Carolina Politico Wants to Create State Currency
Notícia do Diário Económico – Constâncio “preocupado” com preços das matérias-primas
À Razão da Ração Para os Pobres
Cimeira de Cancún sobre o aquecimento global: cientistas pedem racionamento nos países desenvolvidos. Citigroup diz que Portugal está insolvente. Krugman: Portugal, Grécia e Irlanda são aperitivos, Espanha o prato principal. González: Bruxelas poderá ter de enfrentar novo resgate no espaço de dois meses. Bancos espanhóis têm de refinanciar 85 mil milhões em 2011. Banco Central Europeu pressionou a Irlanda e agora está a fazer o mesmo a Portugal.
Por muito que queira, não consigo deixar de ficar abismado com muitas das coisas que as consideradas mentes mais pródigas da nossa sociedade conseguem desenvolver. Também se pode analisar esse «mentes mais pródigas» e chegar à conclusão que mais parecem robôs a debitar texto que prodígios do pensamento… (assunto que ficará para outro dia)
Então em Cancún, debaixo dos coqueiros junto à praia, as mentes brilhantes que tentam encontrar uma solução para o aquecimento global do planeta – mesmo que hoje por aqui faça um frio de rachar -, chegaram à monumentalmente brilhante conclusão de que a melhor solução é usar o sistema de racionamento de bens utilizado aquando da 2ª Guerra Mundial.
Esperem lá!
Colocamos todo o mundo desenvolvido a senhas de alimentação?
Mas que raio, o Homem do mundo desenvolvido é o problema? A solução? Fazê-lo passar fome?
Hmmm…
Que tal direccionarem a vossa atenção (mentes brilhantes) para o sistema mundial de produção de bens?
Que tal voltar a impulsionar a agricultura local e a combater o despesismo de gasto de energia do sistema actual?
Não?
Que tal limitar o tamanho das multinacionais que devastam o planeta em busca de lucros fáceis?
Não?
Que tal “obrigar” as multinacionais a construir bens duradouros que não avariem no espaço de um ano – método usado para impulsionar o comércio mundial-?
Não?
Proibir o uso de carvão para gerar energia?
Não?
Portanto a solução encontrada para reduzir as emissões de dióxido de carbono é colocar os Zé Povinhos do mundo ocidental a penar fome… Pessoalmente não conseguia pensar em coisa mais estúpida, quase irracional, quando comparado com as verdadeiras causas para o aquecimento global… quer dizer… lá bem no fundo na mente deles talvez esteja que a solução ideal seja proibir que os Zé Povinhos do mundo ocidental respirem, e assim deixem de emitir dióxido de carbono… talvez… enfim…
Este é mesmo um mundo muito estranho quando visto pelos olhos das altas esferas da nossa sociedade…
Ah! Talvez a solução esteja na actual crise! Talvez o mundo seja salvo com o colapso das sociedades ocidentais!
Portugal vai ajudar nisso!
O Citigroup afirma hoje que Portugal está insolvente.
Hello! Está aí alguém? Portugal está insolvente faz anos!
O problema não é de hoje, não é dos mercados é da Europa, como afirma o nosso elefante branco Mário Soares. Se o problema é da Europa, então podemos dizer que entrámos em insolvência quando adoptámos o euro como nossa moeda e perdemos o destino e o controlo da nossa economia.
Isto não é de hoje, e só não viu quem preferiu acreditar que a Cinderela é real.
Mas como em quase tudo que assistimos nas nossas altas esferas… Qual é o problema? O euro! A solução? Não sair do euro… hmmm… ilógico não é? Resolver os problemas nunca atacando a causa dos problemas… a verdadeira arte de inventar soluções…
Aqui entra Paul Krugman, um aluno e seguidor brilhante da Escola keynesiana, que é a linha condutora do sistema económico-financeiro que (des)governa as nossas vidas.
Então Krugman afirma que Portugal, a Irlanda e a Grécia são aperitivos do prato principal que é a Espanha.
Então como aperitivos que somos temos de ser consumidos antes da Espanha de forma a não causarmos uma indigestão aos “casineiros”.
E porque está a Espanha a ser aventada como o prato principal na ementa dos “casineiros”?
“Porque está Espanha com um problema tão grande? Numa palavra, é o euro”
In Jornal de Negócios
Ah é o euro, a Europa… hmmm… vindo de um defensor intransigente das teorias keynesianas posso afirmar que o que ele diz vai contra tudo o que ele defende… Ai, como é tão usual estas mentes serem tão incongruentes… solução?
(…)”baixar os salários no sector privado e reduzir os preços”(…)
In Jornal de Negócios
Digo: Deixem de respirar e todos os problemas serão resolvidos!
E logo a seguir ao Krugman, aparece uma personagem que andava meio adormecida… Felipe González, antigo Primeiro-Ministro espanhol que nos diz:
(…)”a UE poderá, em dois meses, enfrentar uma situação idêntica há que já viveu com a Irlanda e com a Grécia.”
(…)”dentro de dois meses, Janeiro ou Fevereiro, a Europa voltará a viver a mesma sensação de emergência”
In Diário Económico
Estará a falar de Portugal ou de Espanha? Sinceramente tenho as minhas dúvidas…
Para corroborar as minhas dúvidas, nada melhor que sabermos que a banca do nosso país vizinho irá necessitar de angariar 85 mil milhões de euros de forma a cobrir os empréstimos que ganham maturidade no próximo ano.
Pegamos nesses 85 mil milhões e juntamos os juros e os outros milhões que necessitarão para manter a liquidez do sistema e… entretenham-se a fazer contas… digo apenas que são muitos mais milhões do que os aventados nessa notícia.
E 2011 até é um ano “pacífico” para a banca espanhola quando comparado com 2012, onde terá de refinanciar 30% de toda a dívida dos bancos… 30%…
Um pouco de especulação: 200 mil milhões? 500 mil milhões? 1 Bilião?
Seguindo com o Ministro irlandês da Justiça que diz:
“Claramente, houve pessoas de fora deste país que tentaram forçar-nos, a nós Estado soberano, a fazer o pedido [de ajuda financeira], fazendo de nós uns perdedores mesmo antes de termos sequer considerado essa hipótese enquanto governo” (…)
E se repararem, neste momento eles estão a fazer o mesmo com Portugal”
In Jornal de Negócios
Hmmm… estará o Banco Central Europeu desejoso que Portugal caia? Estará o Banco Central Europeu desejo de chegar até ao prato principal?
Esta perguntas são mais que válidas porque nem o resgate da Grécia e muito menos o resgate da Irlanda acalmaram os mercados, antes pelo contrário.
Qual o interesse do Banco Central Europeu no colapso destas economias?
Existe para ajudar ou para destruir?
Será a destruição o seu alimento?
Fazendo o BCE parte do grupo mais poderoso no mundo dos “casineiros”, capitalizará muito mais com a queda do que com a sobrevivência das suas sucursais: Portugal e Espanha.
Nham, nham… papinha…
E “prontos”, dei uma volta para chegar ao início, e agora poder escrever que as mentes pródigas da nossa sociedade andam a desenvolver solução para combater o aquecimento global, quando essas soluções já estão a ser aplicadas por uma Europa do euro que se está a alimentar das suas sucursais. O futuro da vida dos Zé Povinhos nessas sucursais do BCE, Portugal, Grécia, Irlanda, Espanha e mais uns quantos países, poderá vir a ser vivida à base de senhas de racionamento, não por falta de bens, mas porque os párias que são os pobres só se conseguirão alimentar com as senhas fornecidas pelas sucursais do BCE, ou seja, iremos viver à razão da ração para os pobres.
Notícia do The Telegraph – Cancun climate change summit: scientists call for rationing in developed world
Notícia do Diário Económico – Citigroup diz que Portugal está “insolvente”
Notícia do Diário Económico – “A União Europeia é o problema”
Notícia do Jornal de Negócios – Krugman: Grécia, Irlanda e Portugal são Tapas; Espanha o prato principal
Notícia do Diário Económico – Bruxelas poderá enfrentar novo resgate em “dois meses”
Notícia do Jornal de Negócios – Bancos espanhóis têm que refinanciar 85 mil milhões de euros em 2011
Notícia do Jornal de Negócios – BCE pressionou Irlanda e está agora a fazer o mesmo a Portugal
A Falsa Demanda da Banca
Os negócios internos da banca foram o motor da crise financeira.
Acho que já todos sabíamos que a banca foi a principal responsável pelo evoluir do caos financeiro que conduziu ao estado em que se encontra a economia mundial actualmente.
Hoje ficamos a saber um pouco mais profundamente como tal se processou: Criaram uma falsa procura.
O Merryl Lynch, Citigroup, USB e outros compraram os seus próprios produtos de forma a “enganar” os mercados.
Em 2006, começaram os problemas com o sector imobiliário que começou a corroer as contas dos bancos. Então de forma a esconder os números negativos os bancos começaram a criar derivados dos derivados de modo a criar a ilusão de fluidez. O que criaram foi uma bolha financeira baseada em “nada”, porque já não havia valor de mercado que sustentasse esse mercado. Criaram um novo problema para tentar esconder outro problema – foi a lógica da batata… a constante ilusão de que o adiar dos problemas dará tempo suficiente para se encontrar uma solução para os resolver, e o que constatamos é que o que acontece quase invariavelmente é o agudizar dos mesmos.
Este estratagema financeiro gerou elevados dividendos no curto prazo para a banca. O exemplo tipo dos rendimentos gerados por ano por cada derivado era de 5 a 10 milhões de dólares, que depois quase metade era dividido para pagar bónus aos “casineiros”.
A maioria destes derivados valem actualmente pouco mais que cêntimos… esta é a verdadeira imagem da loucura desmedida do vício que governa a conduta da banca, de Wall Street e de quase todas as praças financeiras mundiais.
Uma explicação detalhada sobre esta questão está desenvolvida na investigação do ProPublica – de leitura obrigatória de forma a perceber a verdadeira profundidade desta questão.
Acho que o importante a retirar daqui é que os vícios continuam os mesmos, pouco ou nada se aprendeu com os erros cometidos, e que com uma economia cada vez mais titubeante a tendência para que a banca continue a tentar fazer crescer este tipo de produtos financeiros é uma realidade vincada.
A vida de um país não pode, não deve, nem nunca devia ter sido “vendida” para as mãos de capital privado. Um mercado global não pode, não deve, nem nunca devia ser sinónimo de loucura descontrolada de produtos financeiros, devia apenas e só representar livre comércio… o comércio é que é importante para as sociedades e não os mercados de papel, quando para mais grande parte desse papel é apenas e só uma ilusão de rentabilidade.
Continuemos a deixar nas mãos destes loucos o futuro das economias e vamos todos aprender da forma mais difícil o que representa a ânsia de ganância destes agarradinhos ao numerário…
Noticia do ProPublica – Banks’ Self-Dealing Super-Charged Financial Crisis
Notícia da MSNBC – Finally, the housing meltdown makes sense
Notícia da CNBC – Did Banks ‘Fake’ Demand For Niche, Housing Products?
Os Juízes São os Novos Heróis… E Esta?
Juízes americanos reclamam dos acordos do Estado com as entidades bancárias.
Ora esta é que é uma verdadeira surpresa…
Estarão as matronas de candeias às avessas?
Reza a história que alguns juízes americanos estão a aconselhar – mastigar, (tradução literal do texto original) – a acusação federal no que respeita aos valores monetários dos acordos extra-judiciais.
Alguns juízes americanos estão a reclamar que esses valores são muito inferiores ao que deviam ser.
Só um exemplo:
A Autoridade de Comissões e Transacções concluiu que o Citigroup cometeu um crime que lhe proporcionou mais valias no valor de 123 milhões de dólares, mas apresentou-lhe apenas um valor de 75 milhões de dólares de coima.
Ora isto quer dizer que o crime realmente compensa.
Imaginem lá isto. Entrávamos num banco, roubávamos o caixa em 500 euros e éramos apanhados e não tinhamos de devolver o dinheiro. Para esse crime teríamos de pagar uma coima de 250 euros.
Alguns poderiam deixar de trabalhar para apenas se dedicar a esta nova rentável forma pagar as contas da casa… Jesus!
O Juiz Emmet G. Sullivan, perguntou:
“Porque não é o governo mais duro com os bancos?”
Se calhar eu também posso argumentar um pouco sobre isso: “Porque os bancos e o governo são basicamente fruta da mesma cesta”.
Jill E. Fisch, um professor de Leis da Universidade da Pensilvânia disse:
“Os tribunais estão a assumir um papel que acredito piamente ser o necessário. Estão a defender o interesse do comum dos cidadãos, o interesse publico e a exigir mais dos reguladores.”
Pergunta:
Mas esse não é o papel dos “bananas”?
Quer dizer… acho que já todos sabemos – uns mais que outros – que o compadrio é a principal virtude da política e dos políticos “bananas”, por isso o efeito “mãos dadas”, ou a eterna lua de mel que assistimos quase todos os dias entre o poder financeiro e o despudor político… desculpem-me… o poder político “bananeiro” não é nada surpreendente, nem outra coisa seria de esperar que umas palmadinhas nas costas e talvez uma aviso com um sorriso nos lábios: “Vejam lá se para a próxima não dão tanto nas vistas”.
E “prontos”, foi mais uma história do mundo conto de fadas em que vivemos e onde temos de conviver serenamente com estes petardos mentais…
Talvez um dia o Zé Povinho comece a dar mais importância à essência das acções do que aos embrulhos políticos… eu anseio por esse dia!
Citigroup Estende a Passadeira às Máfias
Um estudo do Citigroup diz que os sistemas financeiros informais da máfia poderão estar a ajudar a economia europeia.
Já ouvi falar sobre muita coisa, mas sinceramente um estudo de uma instituição financeira glorificar a acção das máfias na economia é algo novo para mim e com contornos absolutamente surrealistas, ou talvez não…
Ficamos a saber que a emissão de notas de 500 euros é altamente lucrativa para o Banco Central Europeu e que elas são a moeda de eleição das economias paralelas… hmmm…
Também ficamos a saber que as notas de 500 euros representam 35% do total de notas de euro em circulação… hmmm…
Bem, ou sou eu que estou maluco ou então eles estão doidos, 35%!
Vamos por partes: Temos as notas de 5, 10, 20, 50, 100, 200 e 500 euros no mercado. Uma distribuição equitativa de notas dá algo como um pouco mais de 14% para cada um dos valores nominais. 32% representa quase 1\3 de todas as notas de euro em circulação! … hmmm…
Continuo baralhado… Mas então os Zés Povinhos da Europa andam assim com tantas notas de 500 na carteira? Eu nunca tive nenhuma e duvido que a maioria já tenha tido alguma, tanto mais que andam por aí muitos avisos que dizem: “Não aceitamos notas de 500” ou “Não garantimos troco para notas de 500″… e certamente a carteira do Zé Povinho não anda constantemente recheada de notas de 500 euros…
Obviamente este é só mais um dos sinais da “transparência” que grassa nos mercados financeiros e na cumplicidade dos bancos com o crime organizado, pois isto indirectamente diz-nos que no mínimo andam em circulação mais 18% de notas de 500 euros do que as que deviam haver – isto assumindo que as notas de 500 são tão usadas como os outros valores nominais…
E quem está a ganhar com isto? O BCE e por inerência os Bancos Centrais e por consequência todos os outros bancos…
E o que sobre para o Zé Povinho? Mais impostos, porque a máfia não é tributada…
Uma vez mais deixo aqui as minhas palminhas para os “casineiros”, ou terei mesmo de lhes começar a chamar mafiosos???? A promiscuidade é mesmo descarada – digo eu…
Notícia do Diário Económico – Máfias dão uma mãozinha no combate à crise