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Soberania, BCP e Grécia

Visto prévio do Orçamento de Estado não é perda de soberania nacional. BCP com rácio de solvabilidade inferior ao definido pelo Comité de Basileia.  Default grego inevitável face à contracção do PIB.

O que é soberania nacional?
Soberania existe quando nenhuma outra instituição está acima do Estado. É tão simples e linear quanto isto…

Portanto podemos afirmar que o presidente do Tribunal de Contas de Portugal é ingénuo, ou pior, é ignorante, ou ainda pior, mente com todos os dentes que tem.

Desde que Portugal entrou para a União Europeia que deixou de ser um país soberano, soberania que tem vindo a ser delapidada ano após ano.
– Está em grande parte legislativamente dependente de “instruções” da União Europeia.
– Já não tem moeda própria.
– Já nem consegue aprovar o seu orçamento sem o aval da União Europeia.

Isto não é soberania, isto é dependência de terceiros nas acções primárias de um Estado que se julga independente.

Pessoalmente acho que a República portuguesa será melhor retratada como: República Federal Portuguesa.

Sabem, uma mentira dita muitas vezes e transmitida continuadamente pela comunicação social transforma-se numa verdade, mesmo quando o conceito em causa – soberania – é tão simples e claro como a água.

Portugal não é um país independente! Chamemos às coisas aquilo que elas são!. É um Estado Federal.

O BCP, para variar, é o banco nacional mais titubeante. Até mesmo quando tem de enfrentar medidas aprovadas pelo Comité de Basileia III, que foram recebidas com aplausos pela generalidade da banca, abana que nem varas verdes.
O BCP faz-me lembrar a Grécia onde está sempre tudo a ser resolvido, que as medidas estão a dar frutos, etc… mas quando aparece um grão de areia no seu caminho parece sempre que choca de frente contra uma parede.
Vai ser pelo BCP que o sistema bancário nacional ainda irá passar as passas do Algarve…

E já que falei da Grécia, nada melhor do que bater palminhas ao Jornal de Negócios, que costuma ser um jornal “traiçoeiro” em determinados temas mais “profundos”.
Hoje, abriu uma rara excepção e colocou num cantinho uma notícia que pode ser importante para quem quer preparar o seu futuro tendo em conta que ele possa vir a ser um pouco pior do que o presente em que vivemos.
Sabem uma coisa, um adulto responsável não “foge” das tendências negativas, adapta parte da sua vida a elas – nem que seja apenas 5%. Os adultos que se comportam tal qual adolescentes querem acreditar piamente que nunca nada irá piorar e que o mundo irá continuar a crescer eternamente, mesmo quando vivem num planeta esférico com limites físicos.
Era bom que o mundo fosse assim tão simples…

Mas chega de psicologia… a notícia, que é o importante, refere-se a um estudo do centro de investigação RMF (Estudo do Dinheiro e das Finanças), onde participa um economista português de seu nome Nuno Teles, que afirma que o default grego parece inevitável perante a contracção do PIB que se tem vindo a registar.

Por norma, o mundo é muito mais simples quando nos dizem que é de difícil contextualização, e muito mais complicado quando nos dizem que branco é branco e preto é preto.

No caso da Grécia e a conclusão deste estudo:
2+2= 4. Ora seja… Se um país tem um buraco financeiro para pagar e se o seu PIB está em queda, significa inevitavelmente que o país está a gerar menos riqueza e menos riqueza significa menos capital, e menos capital significa menos dinheiro angariado através dos impostos, e menos impostos significam menos receita, e menos receita significa menos apoios sociais, e menos apoios sociais significam uma população mais pobre, e uma população mais pobre significa… fome.

Mais especificamente, um país como a Grécia dificilmente irá conseguir saldar as suas dívidas quando enfrenta contracções do PIB (Riqueza – impostos) com a dimensão que temos vindo a assistir. Só um paralelismo: Uma redução no “ordenado” (impostos) torna mais difícil o pagamento da casa… não é verdade?
Ou a União Europeia irá continuar durante décadas a subsidiar a dívida grega, ou então o baralho de cartas que é a economia grega virá por aí abaixo… inevitavelmente… quer dizer, pode ser que o PIB venha miraculosamente a crescer acima dos 8% nos próximos dez anos. (Número que eu considero base para a sustentabilidade miníma da dívida grega)

E Portugal?
Bem… Portugal é a Republica Federal Portuguesa e está totalmente dependente da saúde financeira e dos caminhos legislativos da União Federal Europeia, por isso… o que por lá for decidido será o nosso futuro…

Notícia do Diário Económico – Visto prévio do OE não é perda de soberania para Portugal
Notícia do Jornal de Negócios – BCP aquém das novas exigências de capital
Notícia do Jornal de Negócios – “O “default” grego parece inevitável face a contracção do PIB”